Moradores de regiões que adotaram estratégia de comunicação digital passam a contar com recursos que melhoram a vida dos cidadãos e evitam a disseminação de boatos e fake news

Universidade Metodista

A aplicação cada vez mais frequente de tecnologia da informação para facilitar a administração de cidades está produzindo um novo termo que gera orgulho para os municípios. “Cidades inteligentes” são aquelas consideradas por otimizar a prestação de serviços e a utilização dos recursos para servir melhor os cidadãos. Na prática, melhoram a vida das pessoas na região onde moram.

Esse conceito de cidade inteligente vem ganhando status em vários municípios do País.  Passaram a utilizar recursos integrados de tecnologia para o geoprocessamento de informações. Podem incluir desde variados softwares, hardwares, até sofisticadas tecnologias de comunicação digital e serviços relacionados de inteligência artificial.

Sendo assim, podemos dizer que as cidades inteligentes agregam todas as possíveis soluções tecnológicas mais modernas. É possível utilizar para produzir, acessar, transmitir e gerenciar dados, que sejam úteis para os órgãos públicos, em todas as instâncias de administração.

Podem ser geridas por suas respectivas secretarias de comunicação ou departamentos, sempre relacionadas à divulgação das atividades de interesse público. Formam um conjunto entre soluções e atividades, que envolvem banco de dados, hardwares, softwares e redes. Utilizam essas ferramentas para facilitar o acesso, fazer análises e gerenciamento de informação.

Segundo Robson Galiano, CEO da Empresa Microtarget “as cidades inteligentes são diferentes entre si, ou seja, cada lugar possui necessidades e características únicas. Para ter resultados efetivos, deve estudar o que se torna prioritário para começar a desenvolver uma cidade inteligente, de acordo com suas especificidades e isso envolve planejamento”.


Robson Galiano, CEO da Microtarget .  Foto: Divulgação


Galiano afirma que as necessidades primordiais podem variar entre a mobilidade, a iluminação, o monitoramento de segurança por câmeras, a conectividade, como por exemplo rede de wi-fi social para comunidades, bairros ou regiões específicas, aplicativos e criação de um canal digital oficial de mensagens. Servirá para estreitar e dar credibilidade na comunicação entre órgão público e os cidadãos.

Evita a disseminação de fake news e dá mais agilidade na comunicação com os cidadãos. Enfim, pode ser produzido com qualquer outro serviço informativo necessário para melhorar a vida das pessoas.

Apesar das especificidades, alguns pontos primordiais em relação às cidades inteligentes podem ser considerados:

  • ➔São construídas com base em planejamento
  • ➔São focadas em melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.
  • ➔Precisam do envolvimento ou contratação de parceiros para dar certo, como exemplo as universidades, empresas especializadas e ONGs.
  • ➔Devem otimizar a utilização de recursos

Conceito criado nos Estados Unidos, já existem no Brasil algumas empresas para dar início a um projeto de Cidade Inteligente.

A Revista República entrevistou Robson Galiano, CEO da Empresa Microtarget, com 13 anos de experiência no setor, especialista em processos e aplicações de sistemas para iniciar o projeto cidades inteligentes.

Revista RepúblicaTendo em vista os pilares das cidades inteligentes, como sua consultoria pode ajudar os órgãos públicos ou governos a desenvolver o projeto?

Robson GalianoComeçando pelo planejamento, para entendermos as necessidades prioritárias de uma cidade, possuímos um sistema de BI (Business Inteligence) e data miner (mineração de dados) que, cruzados com o sistema do IBGE, analisa a grande maioria dos dados da população de uma cidade. Tratados esses dados, criamos um canal de escuta da população, transformando os governos em veículos de comunicação, diminuindo assim as chamadas fake news e criando novas formas de diálogo. Para detectar as necessidades da população, podemos fazer uma sondagem georreferenciada por região, obtendo assim a confirmação dos desejos prioritários e os problemas a serem resolvidos. Inteligência de comunicação digital é a gestão de falar e ouvir, não podemos mais ficar no tempo que a comunicação era unilateral!

RRCom essa pandemia, a área de saúde tem sido a prioridade dos governos, você poderia dar um exemplo prático de como vocês poderiam ajudar?

GalianoTemos lido notícias de que um grande número de idosos que tomaram a primeira dose da vacina não voltaram para tomar a segunda dose ou que foram no ponto de vacinação e não tinha a vacina. Bastava ter um número de celular ou de telefone fixo nos dados de cadastramento para acionarmos o cidadão. De um lado, comunicá-lo para a importância de tomarem a segunda dose na data agendada e por outro informá-lo, por exemplo, da falta da vacina na data agendada e remarcando para outra data. Neste último caso, evitaríamos o deslocamento desnecessário, filas sem sentido e o desgaste da frustração da falta de comunicação.

Ainda na área da saúde, sabemos que aproximadamente 25% das pessoas agendadas para cirurgias não comparecem, por esquecer a data agendada. Imagine todo o aparato médico e de equipamentos desperdiçados com essas ausências. Perceba que com a comunicação adequada, além de mais assertiva, os recursos são otimizados.

Falando em pandemia, agora na área de educação, sabemos que em média 45% das cestas básicas, disponibilizadas para as famílias dos alunos em geral não são retiradas por falha no cadastro dos responsáveis, impedindo uma comunicação dirigida para esses públicos.

Já na Prefeitura do Rio de Janeiro, por exemplo, a implantação de wi-fi social permitiu que os alunos continuassem seus estudos de maneira não presencial, on-line. Isso não é custo, é investimento para a melhoria da vida das pessoas!

RRQuais outras tecnologias que vocês dispõem, como vocês podem ajudar os municípios a se tornarem cidades inteligentes?

GalianoNa questão da mobilidade, dispomos de um sistema de gestão e monitoramento da mobilidade urbana, integrando todos os serviços de mobilidade e medindo em tempo real diversos indicadores para apoiar a tomada de decisão com dados e necessidades do usuário, ao mesmo tempo que promove a utilização do transporte coletivo e de modais alternativos, mais sustentáveis, como a bicicleta. No aspecto de conectividade ou wi-fi social, contamos com equipamentos, inclusive o 5G, e uma equipe especializada para dar acesso à internet em estações de transporte públicos, ônibus, comunidades, áreas de lazer, entre outros.

Em termos de ferramentas de comunicação digital, temos uma parceria com o Google para a utilização do RCS (Rich Communication Service), uma espécie de WhatsApp do Google, que deve ser a estrela das comunicações digitais muito brevemente. Dispomos também de recursos como um canal interativo de WhatsApp com chatbot (robô), plataforma de disparos de SMS, além de outros meios como URA (Unidade de Resposta Audível) para ligações em telefones fixos. Tudo isso amparado estrategicamente pelo nosso sistema de business inteligence, que permite segmentar a população por sexo, idade, faixa de renda, entre outros dados.

RRVocê poderia citar alguns projetos que vocês desenvolveram para governos?

GalianoA visão de uma gestão inteligente e de se transformar em um veículo de comunicação foi o processo que adotou o Governo do Estado de Pernambuco, juntamente com o agencia Propeg.

A principal utilização é gerar comunicação. A população precisa de informação para não cair nem propagar fake News. Lá foi implementado um canal de informações sobre o covid-19, através de um número WhatsApp em que a população que queira receber informações diárias ou se informar em uma fonte segura conseguiria através de seu celular. Outro case, a Prefeitura de Santos nos utiliza para gerar toda informação para pais e responsáveis, em relação à educação, como aulas online, entregas de cestas básicas para alunos que necessitam, entre outros serviços.

Um caso muito interessante que tivemos recentemente foi da Prefeitura de Recife, onde 28 mil pessoas não teriam disponível a segunda dose da vacina e tivemos de informar o novo agendamento, com o sistema de mensagens. O objetivo foi feito, sem provocar nenhum tipo de aglomeração, impedindo assim a propagação do vírus.

RRQuanto custa iniciar a gestão de um projeto de cidade inteligente?

GalianoCom R$ 8 mil mensais já é possível resolver algumas questões importantes e introduzir a filosofia do projeto de cidade inteligente.

RREm quanto tempo pode-se avaliar o resultado?

GalianoEm quatro meses, já se vê um resultado prático e efetivo de retorno deste tipo de comunicação digital integrada à cidade inteligente.

RRPara quem se interessar, como entrar em contato?

GalianoPode utilizar o nosso canal de WhatsApp: +55 11 94168-5718

RRVocê deseja fazer alguma consideração final para encerrarmos?

GalianoSim. As pessoas vivem hoje o tempo todo nos smartphones, certo? Elas se comunicam, geram relacionamentos, fazem pesquisa, trabalham, adquirem conhecimento. A gestão pública precisa acompanhar essa evolução comportamental. Cidade Inteligente é um lugar onde a população e o órgão público dialogam com inteligência, poupando tempo, dinheiro e liberando a gestão para cuidar do que realmente interessa: O bem-estar dos cidadãos. É neste sentido que nos preparamos para ajudar nessa evolução.