Prefeitura de Maceió busca parceria com Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento e reestrutura a Rede de Educação Municipal

Em 2013, com cenário alarmante de 80 mil crianças aguardando vaga na Rede Municipal de Educação – 72 mil na educação infantil e oito mil no ensino fundamental -, e outros 82 mil jovens e adultos analfabetos, Maceió – capital do estado de Alagoas, na Região Nordeste, despontava como uma das cidades mais violentas do País, com altos índices de criminalidade, além da ação avassaladora do tráfico, nas periferias do município. A Rede Pública, então, formada por 135 escolas municipais e 55 mil alunos encontrava-se em franca decadência, com escolas sem infraestrutura.

Universidade Metodista

Foi por essa época que a Secretaria de Educação, verificando a necessidade de reestruturação, deu uma guinada na área com a criação de nova política pública, que definitivamente mudou este cenário. A secretária municipal de Educação, Ana Dayse Dorea, diz que a principal ação do município foi enxergar a necessidade e  a criação de uma política educacional de escolas em tempo integral. “Como a maior parte das nossas escolas está localizada nas periferias, colocar a criança em tem- po integral na escola é protegê-la”, afirma a secretária, responsável por fazer contato com o MEC-Ministério da Edu- cação, trazendo novamente para Maceió o PNUD-Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
Segundo ela, o Programa foi um dos coadjuvantes para tal guinada da Educação no município, que antes mesmo desta parceria já havia sinalizado melhora na curva no IDE-B- Índice de Desenvolvimento da Educação   Básica,   com aumento

Ana Dayse Dorea, secretária municipal de Educação significativo de 3.8 em 2011 para 4.1 em 2013, apenas com ações pontuais da Pre- feitura. “Quando assumi e me deparei com esse cenário fui até o MEC buscar suporte e apoio e falei da minha vontade de trazer o PNUD de volta”, conta Dorea. Maceió já teve essa parceria na gestão anterior, de 2011 a 2012. Dessa forma, a partir de 2013, a Secretaria de Educação firmou um termo de cooperação válido até 2016, com o PNUD, definindo as novas diretrizes e re- estruturando a Rede Municipal de Educação de Maceió.

O PROCESSO

Procurado pela Secretaria de Educação, o MEC avaliou os indicadores educacionais de Maceió, sem deixar de lado o que estava sendo feito pela gestão em curso. De acordo com a secretária, a partir de então, o Ministério, por sua vez, entra em contato com o PNUD, que faz um planejamento educacional – composto de um plano de ação e de um valor determinado, que deve ser liberado e encaminhado pelo próprio Ministério ao Programa, para que este ponha em prática as ações, em conjunto com o município. O PNUD ainda dispõe de uma coordenação técnica, que visita mensalmente o município, no período de uma semana. “Hoje temos duas assistentes técnicas residentes do PNUD, em Maceió, selecionadas por edital público, trabalhando conosco”, conta Ana Dayse.

Na reformulação da Educação foram trabalhados quatro eixos básicos: a in- fraestrutura – reforma das escolas; ações pedagógicas – construção de diretrizes curriculares; investimento em formação de professores e investimento em forma- ção dos gestores das escolas. Em 2014, a Prefeitura entregou as diretrizes para o ensino fundamental; em 2015, a orien- tação curricular do ensino infantil, e em

Na prática

Este projeto pode ser implantado por qualquer prefeitura  que tenha interesse em aderir à educação em tempo integral. Os passos a serem seguidos são:

  • Criar uma política educacional municipal de escolas em tempo integral.
  • Estabelecer contato com o MEC – Ministério da Educação, trazendo o PNuD – Programa das Nações unidas para o Desenvolvimento para o município.
  • Construir diretrizes curriculares dos ensinos fundamental, infantil e para jovens e adultos.
  • Investir em infraestrutura – reforma das escolas.
  • Investir em formação de professores.
  • Criar e construir Centros de Educação Integral para receber alunos no contraturno.
  • Estabelecer parcerias de sucesso com faculdades públicas e privadas, ONGs e empresas, entre outros.

Na reformulação da Educação foram trabalhados quatro eixos básicos: a infraestrutura – reforma das escolas; ações pedagógicas – construção de diretrizes curriculares; investimento em formação de professores e investimento em formação dos gestores das escolas. Em 2014, a Prefeitura entregou as diretrizes para o ensino fundamental; em 2015, a orientação curricular do ensino infantil, e em 2016 entregarão as diretrizes de jovens e adultos e da educação inclusiva. “Implantar a educação em tempo integral era um desejo que tínhamos desde o início da gestão, mas preferimos trabalhar para estruturar as es- colas antes”, explica o prefeito, Rui Palmeira. “Entendemos que é fundamental dotar as escolas de estrutura para receber essas crianças, de modo que tenhamos, de fato, ensino em tempo integral. Para isso estamos re- formando unidades, porque não adiantava implementar o tempo integral, com a estrutura precária que encontramos em algumas delas”, explica.

EDUCAÇÃO EM TEMPO INTEGRAL 

Hoje existem três escolas municipais funcionando em tempo integral – 7h30 às 17 horas, todas com a infraestrutura necessária para este tipo de sistema. A primeira foi a Marcos Soriano – 250 alunos, seguida da Pedro Barbosa – 450 alunos, e por último a Elizabeth Anne Lyra Lopes – 600 alunos, esta última com o lançamento da educação em tempo integral em dezembro passado. Outras duas unidades reformadas foram entregues em dezembro passado: Senador Rui Palmeira e Jayme de Altavilla, e outras dez – todas com porte para cerca de 600 alunos, serão entregues até junho próximo.

Outro projeto encabeçado pela Prefeitura é a construção dos Centros de Educação Integral para receber alunos das escolas que não têm espaço para ampliação. “Os alunos viriam para os centros no contraturno; então, quem estuda na parte da manhã, por exemplo, frequentaria o centro no período da tarde”, explica a secretária. Porém, são necessários investimentos tanto na parte estrutural e predial quanto pedagógica, para que esse modelo funcione com plenitude. A parte estrutural passa pela construção de salas de aula, biblioteca, sala de leitura, artes, dança, teatro, música, quadras, refeitórios, banheiros com chuveiros, cozinha industrial, etc, enquanto na parte pedagógica, além da educação formal, são necessários professores no contraturno dando aulas de reforço, laboratório de ciências e informática. “Com isso queremos melhorar não só o IDEB, mas a formação educacional e cidadã dessas crianças, que além de aprender a contar, ler e escrever devem aprender, também, a ser gente do bem. Isso requer uma boa formação de todos os servidores públicos da Educação, desde o faxineiro até o diretor”, afirma Dorea.

De acordo com o prefeito, após a implantação do ensino em tempo integral, as crianças ficam longe da ociosidade com atividades no contraturno escolar para melhorar o aprendizado, com atividades extracurriculares como cultura, reforço, lazer e esportes. “Isso acaba sendo uma motivação a mais para os alunos e isso terá um resultado direto no desempenho e desenvolvimento de cada um”, diz. Cerca de cinco mil alunos já estão sendo beneficiados e aprovam a nova modalidade de ensino. É o que explica a estudante do 5º ano, Rayanne de Lima Ferreira. “É bom porque temos aulas diferentes e aprendemos coisas novas. De manhã assisto às aulas normal- mente, e a tarde tenho dança, teatro, educação física, matemática, português e música. É muito melhor estudar assim”.

PARCERIAS DE SUCESSO

Visando à formação dos servidores  da   Educação   e o êxito das ações da pasta,  a Prefeitura ainda mantém parcerias com faculdades públicas e privadas instala- das no município, de forma  a realizar um intercâmbio duplo. “Os universitários têm um primeiro contato com o mercado de trabalho em nossa rede pública. Aqui, eles têm a oportunidade de aprender na prática, onde aprimoram o conhecimento e aprendem fazendo”, afirma a secretária.

Outros parceiros da Edu- cação ganham destaque, como a UNICEF Brasil – na proteção da criança e adolescente; Instituto Ayrton Senna – que auxilia na distorção idade/ano; C&A – colabora na educação infantil; Universidade Federal de Alagoas, que auxilia na formação dos servidores públicos; Fundação Volkswagen na formação de professores; Instituto Klapan na prevenção-capacitação de professores quanto à sexualidade e prevenção de jovens de 10 a 15 anos de idade e Mindlab – no estímulo à aprendizagem dos estudantes. 


sucesso com sistema apostilado de ensino

Sistema Anglo foi integrado nas escolas de Vargem Grande do Sul, oferecendo conteúdo e assessoria de capacitação profissional a alunos e profissionais; mudança vem provocando a migração de alunos da rede privada

Localizada no interior de São Paulo, a cidade de Vargem Grande do Sul vem se destacando desde 2014 na Educação a partir de investimentos no método apostilado do Sistema Anglo de Ensino, que subsidia o Ensino Fundamental e Infantil das escolas da rede municipal.

Com orçamento de R$ 60 milhões e população estimada em cerca de 40 mil habitantes, o município aplicou, em 2013, 28% dos recursos no setor, com iniciativas como a implantação de nova metodologia de ensino, além de incrementar a grade curricular com aulas de inglês e informática. Ao todo, 3.600 alunos de 12 escolas municipais foram beneficiados.

Segundo a diretora municipal de Educação, Fabiana Felisberto Faria, a adoção do Sistema Anglo conferiu maior eficiência e produtividade às salas de aula. “A adesão à metodologia trouxe benefícios como a organização do trabalho docente e escolar. Embora tenha diretrizes claras, os professores têm a liberdade de buscar outras didáticas e oportunidades para que ampliem suas aulas, desenvolvam projetos e participem de outras frentes projetadas pelo Departamento de Educação”, assegura.

Fabiana destaca que os alunos levam as apostilas para casa e estendem a absorção de conhecimento para um ambiente além da sala de aula, adicionando também que, após a implantação do Sistema Anglo, foi observada uma migração de alunos da rede particular para a rede municipal no período de matrícula para o ano letivo de 2015. “Os alunos obtiveram excelente resultado nas avaliações realizadas pelo Anglo (Prova Anglo Brasil), destacando a Educação de Vargem Grande do Sul à frente, inclusive, de outros municípios que adotam a mesma metodologia. Os bons resultados, aos poucos, conquistam mais adeptos à rede municipal. A escolha por uma es- cola particular muitas vezes é pautada por um questionamento da qualidade do ensino público. Essa dúvida praticamente foi zerada com a chegada do novo material pedagógico – o mesmo distribuído nas escolas particulares credenciadas ao sistema Anglo  e com a evolução diária que ele possibilita”, afirma a diretora.

Além do kit de material didático destinado ao Ensino Fundamental, composto por apostilas e estojo, os estudantes do Infantil contam com suplementos de artes, CD Room, alfabeto móvel, livros de histórias, entre outros recursos.

CAPACITAÇÃO  E APRIMORAMENTO

A escolha da nova metodologia atendeu a uma série de requisitos. De acordo com a diretora de Educação, foram levados em conta aspectos como o desenvolvimento da autonomia dos estudos dos alunos e a capacitação dos professores da rede municipal, de forma a estimular experiências que transcendem os muros da escola. “O método da Abril Educação, que gerencia o Sistema Anglo de Ensino, nos respalda nesses aspectos.  São  mais  de 60 anos de tradição, com cerca de 700 escolas conveniadas em todo o País, e 300 mil alunos experimentando esse conceito educacional. Queremos garantir às nossas crianças uma sólida formação cultural e o desenvolvimento de habilidades que possibilitem a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos”, defende Fabiana.

Adicionalmente, os professores da rede municipal são alvos constantes de capacitação profissional. Periodicamente são ministrados cursos, oficinas e palestras abordando temas relevantes para a Educação Fundamental e Infantil, com estímulo para todas as disciplinas, além de temas interdisciplinares, avaliações de desempenho, inclusão, entre outros.

Fabiana explica que os temas das capacitações visam a apoiar os educadores na busca por soluções para os desafios diários encontrados em sala de aula, além de estimular os estudantes a novas atividades e conteúdos. “É preciso mais do que capacitar o corpo docente. Precisamos motivá-lo. Incentivá-lo a ir além na busca por transmitir o conhecimento de forma efetiva e por meio de várias técnicas”, garante.

EDUCAÇÃO NO CAMINHO CERTO

O caminho trilhado por Vargem Grande do Sul – distante apenas 235 quilômetros da capital – partiu da iniciativa da administração em melhorar o ensino. O Sistema Anglo de Ensino chegou à cidade por meio de processo licitatório, do qual saiu vitorioso ao atender todos os requisitos apontados pelo Departamento Municipal de Educação. “A Abril Educação participou do pregão e identificamos na metodologia o diferencial que buscamos para a educação da ci- dade. E os resultados obtidos até aqui mostram que fizemos a escolha certa”, pontua Fabiana Felisberto Faria.

A busca por educação gratuita de qualidade no município está em linha com os esforços nacionais de erradicar o analfabetismo e mudar a realidade de alunos em todo o País. É o que mostra o relatório divulgado em julho do ano passa- do pela UNICEF-Fundo das Nações Unidas para a Infância. Intitulado #ECA25anos, em alusão à aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente, nas últimas duas décadas e meia, o Brasil reduziu em 88,8% a taxa de analfabetismo na faixa entre 10 e 18 anos de idade, passando de 12,5%, em 1990, para 1,4% em 2013, segundo dados da Pnad-Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios. Quando o assunto é a evasão es- colar de crianças e adolescentes, a queda é de 64% no Ensino Fundamental, saindo de 19,6% dos alunos matriculados, em 1990, para 7% em 2013, de acordo com o levantamento da UNICEF.

SISTEMAS APOSTILADOS INVADEM A REDE MUNICIPAL EM SÃO PAULO

Levantamento realizado pelo Anglo, em 2011, mostrou que dos 645 municípios do Estado de São Paulo, 44% – ou 282 cidades – utilizavam sistema apostilado de ensino, das quais 115 haviam abandonado completamente os livros didáticos oferecidos gratuitamente pelo Governo Comparado a 1998, quando não havia um único convênio dos sistemas com as prefeituras paulistas, o aumento é substancial.

De 2008 a 2011, o número de administrações públicas que aderiram ao método de apostilas saltou de 187 para 282, somente em São Paulo. O crescimento à adesão a este tipo de metodologia se dá pela busca de um melhor rendimento, tendência fortalecida pela divulgação dos resultados do Ideb – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, em 2005.

Para a diretora do Departamento de Educação de Vargem Grande do Sul, a melhora no desempenho dos alunos é associada à qualidade do material fornecido, bem como ao auxílio na estruturação do trabalho pedagógico em sala de aula. “A soma de benefícios forma um kit. Temos as apostilas com conteúdo ótimo e atualizado, a formação continuada de professores e coordenadores, além de recebermos assessoria e sermos avaliados constantemente pelo Sistema Anglo de Ensino”, conclui.